As mulheres
curadoras fazem parte de um antigo arquétipo da humanidade. Em todas as lendas
e mitos, quando há alguém doente ou com dores, sempre aparece uma mulher idosa
para oferecer um chazinho, fazer uma compressa, dar um conselho sábio. Na
verdade, a mulher idosa é um arquétipo da ‘curadora’, também chamada nos mitos
de Grande Mãe. Não tem nada a ver com a idade cronológica, porque esse é um
arquétipo comum a todas as mulheres que sentem o chamado para a criatividade,
que se interessam por novos conhecimentos e estão sempre a procura de mais
crescimento interno.
Sua
sabedoria é saber que somos “obras em andamento’, apesar do cansaço, dos
tombos, das perdas que sofremos… a alma dessas mulheres é mais velha que o
tempo, e seu espírito é eternamente jovem. Talvez seja por isso que, como disse
Clarissa Pinkola, toda mulher parece com uma árvore. Nas camadas mais profundas
de sua alma ela abriga raízes vitais que puxam a energia das profundezas para
cima, para nutrir suas folhas, flores e frutos. Ninguém compreende de onde uma
mulher retira tanta força, tanta esperança, tanta vida. Mesmo quando são
cortadas, tolhidas, retalhadas, de suas raízes ainda nascem brotos que vão
trazer tudo de volta à vida outra vez.
Por isso
entendem as mulheres de plantas que curam, dos ciclos da lua, das estações que
vão e vem ao longo da roda do sol pelo céu. Elas tem um pacto com essa fonte sábia
e misteriosa que é a natureza,. Prova disso é que sempre se encontra mulheres
nos bancos das salas de aula, prontas para aprender, para recomeçar, para
ampliar sua visão interior. Elas não param de voltar a crescer… Nunca escrevem
tratados sobre o que sabem, mas como sabem coisas!
Hoje os
cientistas descobrem o que nossas avós já diziam: as plantas têm consciência!
Elas são capazes de entender e corresponder ao ambiente à sua volta. Converse
com o “dente-de-leão” para ver… comunique-se com as plantas de seu jardim, com
seus vasos, com suas ervas e raízes, o segredo é sempre o amor. Minha mãe dizia
que as árvores são passagens para os mundos místicos, e que suas raízes são
como antenas que dão acesso aos mundos subterrâneos.
Por isso
ela mantinha em nossa casa algumas árvores que tinham tratamento especial. Uma
delas era chamada de “árvore protetora da família”, e era vista como fonte de
cura, de força e energia. Qualquer problema, corríamos para abraçá-la e pedir
proteção.
O arquétipo de ‘curadora’ faz parte da
essência do feminino, mesmo que seja vivenciado por um homem. Isso está aquém
dos rótulos e definições de gênero. Faz parte de conhecimentos ancestrais que
foram conservados em nosso inconsciente coletivo. Perdemos a capacidade de
olhar o mundo com encantamento, mas podemos reaprender isso prestando atenção
nas lendas e nos mitos que ainda falam de realidades invisíveis que nos
rodeiam.
Um exemplo?
Procure saber mais sobre os seres elementais que povoam os nossos jardins e as
fontes de águas… fadas, gnomos, elfos, sílfides, ondinas, salamandras…
As “curadoras’ afirmam que podemos atrair
seres encantados para nossos jardins!
Como?
Plantando flores e plantas que atraiam abelhas e borboletas, gaiolas abertas
para passarinhos e bebedouros para beija-flores. Algumas plantas ‘convidam’
lindas borboletas para seu jardim, como milefólio, lavanda, hortelã silvestre,
alecrim, tomilho, verbena, petúnia e outras. Deixe em seu jardim uma área
levemente selvagem, sem grama, os seres elementais gostam disso. Convide fadas
e elfos para viverem lá.
Este artigo foi publicado pelo Jornal 100%
Vida de maio/2012 por Mani Alvarez * Coordenadora do curso de pós-graduação em
Práticas Complementares em Saúde
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